Ana Lúcia Azevedo escreveu um lindo artigo n’O Globo sobre o Parque Nacional do Jalapão (Tocantins), suas dunas e lagoas únicas no Cerrado. Ela vai contando da paisagem, inspirada em Guimarães Rosa, aproveitando o relançamento pela Companhia das Letras de duas edições da saga de ‘Grande Sertão: Veredas’, uma comentada e outra para colecionadores: “A obra roseana se passa em sua maior parte na Minas Gerais natal do escritor e nos chapadões de Goiás. Mas, nas durezas e lonjuras do Jalapão, ela se faz intensamente presente: ‘É preciso de saber os trechos de se descer para Goiás, o chapadão por lá vai terminando, despenha. Tem quebra-cangalhas e ladeiras vermelhas terríveis (…) Por aí extremando, se chegava até no Jalapão’.” O texto de Ana Lúcia passeia por outras paragens próximas, contando as histórias das pessoas e comunidades, suas lutas e dificuldades. Na fronteira, os tempos modernos: “Nos chapadões, o sertão de Guimarães Rosa, sua gente e suas veredas se encontram com o futuro, materializado nas máquinas robóticas das plantações de soja da maior fronteira agrícola da Terra.”
Uma matéria do Diálogo Chino fala do percurso da soja, desde o norte do Mato Grosso, passando pelas estradas e rios amazônicos até seu embarque para a China. O foco da matéria são os impactos que estas viagens estão causando nos povos tradicionais, aos locais e à economia da região. A matéria, publicada no começo da semana passada, comenta o aumento das exportações brasileiras na esteira da guerra comercial entre a China e os EUA, quando um revide dos chineses colocou uma sobretaxa na soja americana.
Só que o prazo para o final da atual trégua na guerra comercial entre China e EUA se esgota hoje. Os chineses, preocupados, prometeram não só retirar a sobretaxa, como também garantiram a compra de muitos milhões de toneladas de soja, para azar dos produtores nacionais, que podem ver, logo mais, os preços de seu produto não compensarem os custos.