Bancos e investidores não querem mais carvão e China não quer carvão australiano

28 de fevereiro de 2019

Nas últimas semanas, várias notícias mostraram a dificuldade cada vez maior enfrentada pelo carvão para sobreviver como combustível. Boa parte da leva veio do setor financeiro. Segundo um relatório do IEEFA (Instituto de Economia e Análise FinanNas últimas semanas, várias notícias mostraram a dificuldade cada vez maior enfrentada pelo carvão para sobreviver como combustível. Boa parte da leva veio do setor financeiro. ceira da Energia), a cada duas semanas, mais um banco ou uma seguradora anuncia restrições ao carvão em suas carteiras. Só neste começo de ano, o clube ganhou mais cinco sócios: o Nedbank da África do Sul, o Barkleys do Reino Unido, o Export Development canadense e o Varma da Finlândia. O quinto e mais recente é o Vienna Insurance Group que avisou que não oferecerá seguros para novas plantas e minas de carvão. A Deutsche Welle comentou o relatório. Fundos de investimento já estão prevendo que a demanda de carvão na Europa deve sofrer um colapso nos próximos 3 anos. Per Lekander, do Lansdowne Partners, administradora de carteiras de mais de US$ 1 bilhão, afirma: “Minha previsão para o carvão ficar com menos de 5% da oferta de eletricidade é para daqui a 3 ou 4 anos. Uma vez que o preço da tonelada de carbono (no mercado europeu de emissões) chegar em € 50, o mercado do carvão desaparecerá. Os investidores estão começando a se dar conta de que a mudança climática não é um assunto da política, é real. E, se é real, é preciso reduzir drasticamente o uso de combustíveis fósseis. E isso vai acontecer. Poderia acontecer até mais rápido.”

Outra notícia vinda da Alemanha dá conta que uma planta a carvão, que está pronta para entrar em operação e que custou € 1,5 bilhão, talvez nem comece a funcionar.

Na China, as autoridades de um dos maiores portos, o complexo de Dalian, anunciaram que não mais aceitarão a entrada de carvão australiano e que definiram um teto para o volume de carvão importado que passa pela sua alfândega. A notícia gerou impactos no mundo todo e fez o dólar australiano despencar. O The Guardian e a ABC comentaram a decisão chinesa e a queda da moeda.

Na própria Austrália, uma das maiores minas, a Adani, pode atrasar o início da extração em mais de 2 anos, por conta de novas exigências ambientais do processo de licenciamento.

 

Boletim ClimaInfo, 1 de março de 2019.

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