Um (des)balanço da viagem de Bolsonaro aos EUA

Vários balanços foram publicados sobre a viagem presidencial aos EUA, na maioria com críticas negativas. O maior barulho veio do agronegócio, que não vê muito sentido na aproximação com seu maior concorrente, os EUA, e num distanciamento do seu maior comprador, a China. Bolsonaro entende que o Brasil é um país desenvolvido e que, por isso abrirá mão de seu status protegido junto à Organização Mundial do Co do agronegócio, que não vê muito sentido na aproximação com seu maior concorrente, os EUA, e num distanciamento do seu maior comprador, a China.mércio (OMC). O país tem uma história de muitas batalhas na OMC, seu atual dirigente é brasileiro e o agronegócio tem, até o momento, vantagens competitivas com respeito a produtos norte-americanos. Bolsonaro deve abrir mão disso em troca de promessas vazias. Ele também prometeu não taxar uma grande quantidade de trigo dos EUA em troca da promessa de uma visita de inspeção dos norte-americanos aos frigoríficos brasileiros. E pensar que o agronegócio o apoiou em peso e em reais e tinha na ministra Tereza Cristina a esperança de tempos tranquilos. Pelo jeito a sonhada tranquilidade não durou três meses. Foi divertido ouvir o comentário da senadora Kátia Abreu pedindo ao chanceler Ernesto Araújo que rezasse em mandarim para não perder as exportações do agro para a China. Pelo menos até agora a pregação anti-China não chegou à Petrobrás, que está para fechar uma parceria para a conclusão da refinaria da Comperj, no Rio. Temia-se que a mudança do clima acabasse sendo vítima do hábito de fazer proclamações de improviso, que caracterizam tanto Bolsonaro quanto Trump. Neste caso, felizmente, o silêncio foi uma benção.

 

Boletim ClimaInfo, 22 de março de 2019.