Tempestades ‘feias’ podem ser o novo normal

O pessoal do Observatório do Clima (OC) comentou a grande tempestade que chegou perto do Brasil nesta semana, grande o suficiente para ganhar um nome próprio – Iba. A Marinha, responsável por nomear as tempestades, explica que a palavra é o sufixo tupi-guarani de ‘feio’. Felizmente, o impacto da tempestade Iba não foi muito feio, pelo menos, não no litoral. Foram registradas ressacas nas costas do Espírito Santo, mas só. A novidade é a formação de tempestades fortes nas costas brasileiras. Em 2004, tivemos o Catarina, o primeiro furacão a atingir o país. Em 2010, outra tempestade tropical apareceu por aqui, um pouco mais fraca que o Iba. Para o OC, “embora com a mudança climática seja esperado que o aquecimento do mar produza novos ciclones tropicais – e eventualmente furacões – no Brasil, não é possível saber se estas supertormentas já estão ficando mais comuns: segundo a Marinha, as boias oceanográficas existentes hoje servem para a previsão do tempo e não para estudos climatológicos. Além disso, há poucas séries longas de dados. Pelo andar das tempestades, será preciso fazer este monitoramento. Algo difícil de imaginar hoje num país que tem ministros de Estado que negam o aquecimento global.”

 

Boletim ClimaInfo, 27 de março de 2019.