As informações apresentadas pelos parlamentares ao Tribunal Superior Eleitoral mostram uma preocupante concentração fundiária nas últimas fronteiras agrícolas do país: no Matopiba (no caso de Cerrado) e na Amazônia Legal.
Quem fez o levantamento foi o Observatório do Agronegócio no Brasil, que considerou as fazendas com mais de 100 hectares de propriedade de deputados federais, senadores e seus suplentes.
Juntos, deputados federais detêm 43,9 mil hectares de terra em treze estados. Alguns senadores, por sua vez, são donos de uma área ainda maior: 107,8 mil hectares. Os suplentes de senador concentram outros 37,5 mil hectares.
A área controlada por congressistas pode ser ainda maior, uma vez que muitos não declararam o tamanho das propriedades ou simplesmente não as declararam por estas estarem legalmente sob a propriedade de empresas de agropecuária ou de administração de seus próprios bens. É o caso da senadora Kátia Abreu (PDT-TO) e do senador Irajá Abreu (PSD-TO), seu filho, ambos notórios defensores dos interesses dos ruralistas.
De acordo com o levantamento, o maior proprietário rural do Congresso é o senador Jayme Campos (DEM-MT), com participação em propriedades que somam 43,9 mil hectares, todas no Mato Grosso. Interessante notar que uma das fazendas de Campos, a Santa Amália, já foi alvo de denúncias de trabalho análogo ao escravo.
No ano anterior, a mesma propriedade do senador também foi autuada pelo Ibama por desmatamento de áreas de preservação permanente, como o entorno de cursos d’água e de nascentes de rios. Foram destruídos ilegalmente, segundo constatado pelos fiscais, 1,5 mil hectares de mata nativa.
ClimaInfo, 17 de maio de 2019.
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