Crise climática ganha fôlego nas eleições norte-americanas

Crise climática eleições norte-americanas

A crise climática será peça importante nas eleições norte-americanas do ano que vem, quando serão escolhidos o presidente, pelo menos 13 governadores, um terço do Senado e toda a Câmara de Representantes, além das assembleias estaduais.

Julia Fonteles escreveu no Poder 360 sobre a crescente atenção dada à crise climática no processo político dos EUA. Ela comenta a pesquisa Politics & Global Warming sobre as percepções do eleitorado em relação ao clima: “Para os democratas, o aquecimento global é o terceiro fator mais importante na agenda política enquanto para os republicanos ocupa a 23a posição, entre os 29 itens pesquisados.”

“Entre os democratas, 75% afirmam que a posição de um candidato em relação ao aquecimento global tem influência no seu voto. Esse percentual cai para 28% entre os republicanos, mas volta a ter peso entre os eleitores independentes, grupo que pode decidir as eleições nos Estados Unidos”

Tudo indica que o tema assumirá papel predominante, juntamente com a segurança pública e a imigração, (…) mas é certo que o aquecimento global estará cada vez mais presente em debates e discussões políticas.”

Os democratas controlam, hoje, os seis estados nos quais existe legislação regulando, de alguma forma, as emissões de gases de efeito estufa.

Justin Gillis, no New York Times, diz que “esta tendência traz lições importantes para o Partido Democrata. Em nível nacional, os Democratas precisam começar a demonstrar comprometimento com os temas de clima e energia, ao invés de simplesmente falar a respeito. Existem sinais claros de que o público norte-americano está preparado para uma discussão séria sobre nossas opções energéticas.”

Gillis diz que, além dos casos de sucesso no campo democrata, será importante apontar estados controlados pelos Republicanos onde as fontes renováveis têm tido sucesso, como o caso da Carolina do Sul.

Um dos autores da legislação que permitiu o crescimento das renováveis disse não lembrar “ter ouvido falar em ‘mudança climática’ ou ‘aquecimento global’” durante a discussão da peça legislativa. A legislação foi aprovada por unanimidade.

“As pesquisas nos mostraram repetidas vezes que, por baixo da superfície, esse país esconde um consenso poderoso para ir com tudo para a transição energética. A unanimidade na Carolina do Sul diz que, para as políticas corretas, defendidas em linguagem correta, os votos estão aí.”

Zachary Wolf, da CNN, coloca o petróleo na conversa. Os EUA são os maiores produtores de petróleo do mundo. Trump disse, recentemente a trabalhadores do setor que “alavancando o petróleo, gás natural e o carvão limpo dos EUA, trabalhadores como vocês estão ajudando a alimentar o crescimento histórico da economia americana. E é disso que se trata.”

A contrapartida Democrata é centrada no Green New Deal da deputada Alexandria Ocasio-Cortez, embora os pretendentes à Casa Branca assumam papéis cautelosos em relação ao tema.

E a Economist comenta a pesquisa recente do Pew mostrando que 70% dos norte-americanos acreditam na mudança climática. Muitos por estarem constantemente testemunhando eventos climáticos extremos, como os que acontecem no centro do país, atingido pelas enchentes e tempestades.

 

ClimaInfo, 3 de junho de 2019.

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