Um time internacional de cientistas mostrou que é possível modificar o gado para reduzir suas emissões de metano. Em artigo publicado na revista Science Advances, os pesquisadores mostraram que a genética de cada animal influencia fortemente a composição dos microrganismos em seu rúmen (o primeiro estômago do sistema digestivo dos ruminantes).
“O que mostramos é que o nível e o tipo de micróbios produtores de metano nas vacas é em grande parte controlado pela genética do animal”, disse um dos líderes do projeto, o professor John Williams da Faculdade de Ciências Animais e Veterinárias da Universidade de Adelaide. “Isso significa que poderíamos selecionar os animais que têm menor probabilidade de ter altos níveis de bactérias produtoras de metano em seu rúmen”, acrescentou Williams.
A pesquisa certamente receberá questionamentos éticos. Como perguntou o físico e climatologista Paulo Artaxo em sua página no Facebook: “Faz sentido usar engenharia genética e mudar o código genético de bois e vacas para produzir menos metano? Ou usar técnicas de seleção genética e desenvolver vacas que emitam menos metano? Assim as companhias de petróleo poderiam vender mais combustíveis fósseis, e a população comer carne a vontade? Manipular a natureza das vacas e bois pode trazer problemas, sem dúvida.”
ClimaInfo, 9 de julho de 2019.
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