A FAO – órgão da ONU – estima que mais de 820 milhões de pessoas estejam passando fome. O número de famintos voltou a aumentar nos últimos 3 anos, após uma década de redução.
O relatório da FAO sobre o estado da segurança alimentar e da nutrição publicado na última 2a feira mostra que, na Ásia, a subnutrição afeta 11% da população, em especial no Sudeste do continente onde esta fração chega a 15%. Na América Latina e Caribe, menos de 7% da população passa fome, mas a tendência é de subida.
“Nossas ações de combate a estas tendências preocupantes terão de ser mais arrojadas, não só em termos de escala, mas também em termos de colaboração multissetorial,” escrevem os dirigentes da FAO, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (IFAD) e do Programa Alimentar Mundial (WFP), todos ligados à ONU.
O relatório pode ser baixado aqui. A FAO e a agência de notícias da ONU fizeram comentários.
O brasileiro José Graziano, diretor-geral da FAO, escreveu no Valor sobre o outro lado dessa moeda, dizendo que já existem mais obesos do que famintos no mundo. A população mais pobre só tem acesso a alimentos ultraprocessados que, além de pouco nutritivos, “são uma das principais causas dos altos índices de obesidade que estamos observando em todo o mundo […] Há, portanto, uma pandemia crescente de obesidade no mundo com impactos socioeconômicos altíssimos. Dados mais recentes mostram que a obesidade está contribuindo para quatro milhões de mortes todos os anos, com um custo anual estimado em US$ 2 trilhões, similar ao custo do tabagismo ainda hoje no mundo.”
ClimaInfo, 17 de julho de 2019.
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