Por que o futuro do agronegócio depende da preservação do meio ambiente

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Em um artigo magistral, Letícia Mori levantou para a BBC dados e opiniões que explicam porque quem tem mais a perder com a destruição do meio ambiente é o agronegócio.

Eduardo Assad, da Embrapa, cita informações da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) para mostrar que mais de 16 milhões de toneladas na safra de soja foram perdidas na safra deste ano devido à seca que atingiu as principais regiões produtoras desde dezembro: “Já há evidências de que as mudanças climáticas aumentaram o número de eventos extremos, como secas e ondas e calor.”

Letícia conta que o desmatamento da Amazônia está se acelerando novamente e trazendo uma dupla ameaça para os fazendeiros: primeiro, o aumento da temperatura afeta a produtividade das lavouras e, segundo, reduz a evapotranspiração na floresta remanescente, o que acaba reduzindo a quantidade e alterando a distribuição das chuvas no Centro-Oeste e no Sudeste, base do agro brasileiro. A isso, ela soma o fato de que só 10% da agricultura brasileira é irrigada, o que torna o setor depende das chuvas.

No entanto, o que se vê, segundo uma outra matéria d’O Globo, é um presidente que, a toda hora vem com uma nova proposta de destruição do meio ambiente: reduzir as áreas protegidas, esvaziar o IBAMA e o ICMBio para “acabar com a farra das multas ambientais”, dentre outras. Isso, sem contar com as ameaças de abertura de Terras Indígenas à mineração, às estradas e hidrelétricas.

É sintomático que neste final de semana um protesto no Pará destruiu uma ponte, interrompendo a Rodovia Transamazônica. O protesto foi contra uma operação do Ibama de combate à exploração ilegal de madeira. Criminosos destroem propriedade pública, ameaçam servidores públicos e se acham protegidos por um governo que só envia sinais em seu favor. A notícia do protesto é d’O Globo.

 

ClimaInfo, 17 de julho de 2019.

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