Como se mede o desmatamento no Brasil, e porque os sistemas são confiáveis

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Três matérias buscaram explicar ontem como se mede o desmatamento. O artigo d’O Globo explica de modo simples, mas bastante completo, o que são os três sistemas do INPE – PRODES, DETER e TerraClass. O primeiro, o PRODES, dá o valor oficial do desmatamento a cada ano. É o mais preciso dos três. O DETER, um pouco menos preciso, mas atualizado mais frequentemente, serve para dar os alertas de desmatamento para a fiscalização. O terceiro monitora as áreas desmatadas, mostrando o destino dado a elas, posto que muitas viram pasto e umas poucas voltam a ser florestas.

No artigo da Folha, o climatólogo Carlos Nobre conta a história do PRODES e do DETER, reafirmando a confiabilidade cada vez maior destes sistemas e o reconhecimento internacional de sua qualidade. Nobre, talvez preocupado com o alinhamento do ministro Marcos Pontes com as acusações do presidente, manda o seguinte recado: “Tenho confiança que o Ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, ao qual o INPE é subordinado, encaminhará soluções sensatas e baseadas em ciência, inclusive apoiando o INPE no contínuo aperfeiçoamento dos sistemas de monitoramento a partir do espaço e na disponibilização pública destas informações. Afinal, ele é o único astronauta brasileiro e teve a oportunidade histórica de observar o esférico planeta Terra do espaço por dez dias na Estação Espacial Internacional, em março de 2006, e certamente viu com os próprios olhos a extensão dos desmatamentos da Amazônia e também a beleza espetacular da floresta e sua fundamental importância para a estabilidade ambiental do planeta Terra.”

No terceiro artigo, Dani Chiaretti, no Valor, traz falas do próprio professor Carlos Nobre: “O Brasil tem o melhor sistema de monitoramento de florestas tropicais do mundo (…) Qualquer falta de transparência é muito prejudicial à economia e, no caso de alteração do uso da terra, ao agronegócio (…) Ninguém consegue esconder a verdade para sempre.”

Vale registrar que a Folha publicou um editorial defendendo a transparência e a confiabilidade do INPE e, em referência à intenção de Bolsonaro de encobrir o desmatamento, diz que “presepadas do gênero só pioram a imagem do país”.

 

ClimaInfo, 25 de julho de 2019.

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