Bolsonaro, ao voltar da reunião do G20, anunciou com toda a fanfarra que o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia tinha sido assinado, insinuando que ele havia desatado os nós que já duram mais de 20 anos.
Mas acordo celebrado não é acordo realizado: “Cultivando a antipatia internacional gratuita e atingindo interesses do Brasil que dependem da boa vontade da França e da Alemanha”, diz o ex-embaixador Rubens Ricupero no UOL, “Bolsonaro está cavando a própria cova”.
E as reações internacionais têm sido duras. Depois do cano que o presidente deu no ministro francês das relações exteriores, o governo daquele país lembrou: “A França também está presente no Brasil através de mil empresas, 500 mil empregos e cerca de 30 bilhões de investimentos diretos.”
O mesmo cultivo da antipatia internacional acontece agora em relação ao Mercosul. Segundo informou O Globo, face à derrota do amigo Macri nas prévias na Argentina, o governo pode rever sua participação no Mercosul, caso a eleição do mês que vem confirme a vitória da chapa de Cristina Kirchner.
Se a Europa mantiver a tramitação do acordo comercial, a Argentina, penhorada, agradecerá por poder vender, sem tarifas, soja, milho e carne que deixarão de ser vendidos pelo Brasil.