Diante das notícias da conexão entre a noite diurna em São Paulo e as queimadas, o ministro do meio ambiente deixou passar mais uma chance de ficar quieto. Segundo a Folha, em um evento no interior de São Paulo, ele aproveitou “para comentar a fumaça ou aquela escuridão que deu ontem na cidade de São Paulo e que alguns disseram que é a fumaça da Amazônia que encobriu a cidade. Essa afirmação parece até um vídeo que vi, um mês atrás, de um helicóptero do Ibama sendo recebido a tiros e, depois, meia hora depois, mostrou um menino que tinha feito uma montagem”.
Ontem, o UOL divulgou a observação feita por pesquisadores da USP de material gerado em queimadas na água da chuva que caiu naquela tarde.
O fato é que a atmosfera de São Paulo recebeu as cinzas de queimadas da Amazônia, da Bolívia e do Paraguai. O El País diz que, na Bolívia, “a seca, os fortes ventos e o antigo hábito de limpar a terra usando o fogo causaram nos últimos dias numerosos incêndios florestais em uma dezena de municípios da região de Santa Cruz (…) Os incêndios queimaram até agora cerca de 470.000 hectares de florestas e áreas de plantação.”
Lúcio Flávio Pinto, no Amazônia Real, fala da lição preciosa contida nas nuvens prenhes de cinzas das florestas que escureceram os céus de São Paulo.
ClimaInfo, 22 de agosto de 2019.
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