Apocalipse agora… e para sempre

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O futurólogo Jamais Cascio publicou na semana passada um artigo no Bulletin of the Atomic Scientists intitulado “O Apocalipse: não é o fim do mundo”. Nele, Cascio argumenta que, enquanto certas possibilidades cataclísmicas para o fim do mundo proporcionam um fim rápido, é muito mais provável que “o apocalipse não seja um evento; mas um ambiente” e que “não poderemos notar que o apocalipse tenha começado até estarmos bem envolvidos nele”.

Cascio chama a atenção para o exemplo da mudança climática e o “atraso de 25 a 50 anos” entre as emissões e a mudança de temperatura, e diz que reconhecer que o apocalipse pode ser um trauma progressivo e não um acontecimento singular, uma sobrevivência miserável e não o fim de tudo, “pode ser o pontapé necessário para continuar lutando, mesmo quando as coisas parecem perdidas”.

Ironicamente, o autor se declara tendencioso. Em uma declaração sobre potenciais conflitos de interesse ao fim do artigo, ele escreve: “O autor é tendencioso por um desejo fervoroso de que a humanidade evite apocalipses de qualquer tipo”.

 

ClimaInfo, 5 de novembro de 2019.

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