Amazônia Minada: Vale, empresas offshore, políticos e servidores públicos querem minerar em áreas protegidas

Vale mineração Amazônia

A mineradora Vale, um ex-governador do Amazonas e até um procurador da justiça do Rio de Janeiro estão de olho nas riquezas da Amazônia, mais precisamente no que pode ser encontrado no subsolo de áreas que, por lei, devem permanecer intocadas.

O Intercept analisou os pedidos de autorização feitos na Agência Nacional de Mineração (ANM) e encontrou 441 requerimentos de lavra em regiões que deveriam ser intocadas. Somente em 10 das 41 Unidades de Proteção Integral estão livres destes requerimentos.

Segundo a Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação e um parecer da própria procuradoria da ANM, requerimentos dentro de áreas de proteção integral deveriam ser sumariamente indeferidos. Mas isso não está acontecendo. Pelo contrário, o número de pedidos cresceu no governo Bolsonaro. Até 14 de novembro foram protocolados 40 registros, número mais alto para esse período nos últimos quatro anos.

Estão na fila: Vale, Glencore Xstrata, Anglo American, Norsk Hydro, e pelo menos 18 offshores, empresas com sede em paraísos fiscais, tem pedidos do tipo. Também estão na fila o ex-governador do Amazonas, Amazonino Mendes, seu sócio e ex-vice-governador Samuel Assayag Hanan e o empresário Dirceu Santos Frederico Sobrinho, suplente do ex-senador tucano pelo Pará, Flexa Ribeiro, além de vários servidores e ex-servidores públicos e até o procurador do Ministério Público do Rio de Janeiro, Mendelsssohn Erwin Kieling Cardona Pereira.

Servidores do ICMBio disseram à Intercept que a simples existência de registros minerários é utilizada em tentativas de forçar mudanças nos limites das áreas de proteção.

 

ClimaInfo, 22 de novembro de 2019.

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