A combinação de alertas emitidos pelo DETER/INPE, que usa satélites para identificar áreas desmatadas, seguida da pronta resposta do Ibama e demais agências de fiscalização, evitou a perda de 27 mil km2 de florestas por ano entre 2007 e 2016, período em que se registrou uma significativa redução da derrubada da mata. Isso evitou a emissão anual de 1 bilhão de toneladas de CO2, o que equivale aproximadamente à metade das emissões totais do Brasil em 2017, informa O Globo.
Os resultados são da primeira avaliação quantitativa da efetividade da política de monitoramento e fiscalização na Amazônia que acaba de ser divulgada pela Climate Policy Initiative (CPI, na sigla em inglês), organização internacional que reúne 90 especialistas em finanças e políticas climáticas, e pelo Núcleo de Avaliação de Políticas Climáticas da PUC-Rio.
Uma comparação entre o valor das emissões evitadas e o custo de implementação da política revela, ainda, que a estratégia de monitoramento e fiscalização foi barata e que o benefício superou, em muito, o custo. O estudo mostrou ainda que não há verdade na crença de que a proteção da floresta prejudica a produção agropecuária. Ao contrário, esta cresceu no período em que o desmatamento caiu: entre 2006 – o primeiro ano do estudo, por ser o primeiro com dados completos disponíveis do DETER – e 2016, o desmatamento caiu 45% e a produção agropecuária cresceu 418%.
O trabalho alerta que a redução de cerca de 50% no orçamento do monitoramento ambiental e da fiscalização proposta no orçamento federal de 2020 pode levar o desmatamento na Amazônia a aumentar 45%, chegando a mais de 14 mil km2 de floresta perdida. Neste ano foram 9.762 km2.
ClimaInfo, 26 de novembro de 2019.
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