Amazônia vale mais em pé que derrubada

26 de novembro de 2019

Matéria da BBC Brasil discute dois estudos que revelam números trilionários sobre a contribuição financeira atual da Floresta Amazônica para o Brasil.

Um deles é o Changes in the Global Value of Ecosystem Services, liderado pelo pesquisador Robert Constanza, professor da Crawford School of Public Policy da Universidade Nacional da Austrália e pioneiro em estudos de precificação dos serviços oferecidos pela natureza. Publicado em 2014, esse estudo – que atualiza um trabalho anterior do especialista – calcula o valor de diferentes tipos de biomas, entre eles as florestas tropicais, e crava impressionantes R$ 7,67 trilhões por ano, em valor bruto, para a Amazônia brasileira (US$ 1,83 trilhão).

O segundo estudo, Valoração Espacialmente Explícita dos Serviços Ecossistêmicos da Floresta Amazônica Brasileira, publicado em novembro de 2018, concluiu que o valor somado de diferentes serviços pode chegar, em determinadas áreas, a US$ 737 (R$ 3 mil) por hectare por ano. O levantamento foi liderado pelo modelador ambiental Britaldo Soares Filho, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e realizado em parceria com o Banco Mundial, com uma equipe integrando pesquisadores de várias universidades brasileiras.

A significativa diferença (US$ 737/ha, no caso do estudo brasileiro, versus US$ 5.382/ha, no estudo global) é explicada pelo fato de Robert Constanza ter estimado o valor somado de todos os serviços realizados por florestas tropicais, enquanto o estudo brasileiro mediu apenas quatro serviços prestados pela Amazônia. Ficaram de fora, além da biodiversidade, serviços de recreação e turismo, a retenção de nutrientes, a proteção contra inundações, a produção de alimentos pela pesca e os benefícios à saúde, entre vários outros.

Outra diferença: o estudo global traz valores brutos, o brasileiro, valores líquidos. E porque buscou valores precisos, o estudo brasileiro acabou trazendo resultados bastante conservadores. Ainda assim, esse valor é muito superior à renda gerada pela pecuária de baixa produtividade praticada na Amazônia – cerca de US$ 40 (R$ 167) por hectare por ano, segundo os pesquisadores.

 

ClimaInfo, 26 de novembro de 2019.

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