Cai o investimento em energias limpas nos países emergentes

27 de novembro de 2019

Para fechar com chave de ouro a sequência de notícias sobre a maior concentração de gases de efeito estufa dos últimos 3 milhões de anos e a exígua janela para cumprirmos as metas do Acordo de Paris, o levantamento financeiro de novas energias da Bloomberg conclui que novos investimentos em projetos eólicos, solares e outros projetos de energia limpa nos países em desenvolvimento caíram acentuadamente em 2018. E o volume real de energia gerada e consumida em carvão nos países em desenvolvimento saltou para 6,9 mil terawatt-hora em 2018, ante 6,4 mil em 2017. A diferença de aproximadamente 500 terawatt-hora é aproximadamente toda a energia consumida no Texas em um ano normal. Nos 104 mercados emergentes pesquisados ​​na Climatescope da BloombergNEF (BNEF), o carvão representou 47% de toda a geração.

A China teve papel crucial nessa história. O investimento em novos projetos eólicos, solares e ​​de hidrelétricas no país caiu de US$ 122 bilhões em 2017 para US$ 86 bilhões em 2018. O declínio não se limitou à China, no entanto. Os ingressos para projetos de energia limpa na Índia e no Brasil caíram US$ 2,4 bilhões e US$ 2,7 bilhões, respectivamente, em relação ao ano anterior. Em todos os mercados emergentes pesquisados, o investimento em 2018 caiu para US$ 133 bilhões, menor do que o total de 2017 e também o de 2015. No geral, os custos decrescentes de energia solar e eólica desempenharam um fator considerável na queda do investimento absoluto em dólares nas economias emergentes

Desse total de US$ 133 bilhões em financiamento de ativos que fluíram para apoiar o desenvolvimento de novos projetos de energia limpa nos países em desenvolvimento, apenas US$ 24,4 bilhões ou 18% vieram de fontes externas, com  a grande maioria vindo de fontes privadas de capital, como desenvolvedores internacionais de projetos, bancos comerciais e fundos de private equity. Os ingressos de bancos de desenvolvimento financiados em grande parte com fundos do governo da OCDE aumentaram para um recorde de US$ 6,5 bilhões em 2018. Com isso, há pouco para sugerir que a meta geral de US$ 100 bilhões por ano em apoio a atividades relacionadas ao clima seja alcançada em breve.

 

ClimaInfo, 27 de novembro de 2019.

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