O gás natural não é tão limpo quanto a imagem que nele colaram

24 de janeiro de 2020

Os 18 terminais de liquefação de gás natural que estão operando ou em construção nos EUA emitirão, por ano, o mesmo que 24 grandes térmicas a carvão, ou seja, quase 80 milhões de tCO2e. No mundo todo, o gás natural é propagandeado como o grande vetor de substituição da geração térmica a carvão. De fato, enquanto ele estiver dentro dos gasodutos e deles sair diretamente para a queima, as emissões de seu ciclo de vida são entre um terço e metade das do ciclo do carvão. Só que os terminais de liquefação precisam de muita energia para resfriar o gás até transformá-lo em um líquido e, no processo, usam gases de efeito estufa milhares de vezes mais potentes do que o CO2. Além disso, o metano que sobra do processo é queimado, gerando mais CO2, sem contar a liberação de dióxido de enxofre que, se não aumenta o efeito estufa, é um poluente digno de nota. O artigo da Bloomberg Green cita um trabalho publicado na Environmental Research Letters dizendo que se os EUA construírem toda a infraestrutura de gasodutos, terminais e refinarias que consta do planos, esta emitirá mais de 500 milhões de tCO2e todo ano, um aumento de 10% nas emissões do país.

Vale lembrar que parte do Plano Nacional do Gás brasileiro está ancorado na importação do gás natural liquefeito, o grosso vindo dos EUA.

 

ClimaInfo, 24 de janeiro de 2020.

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