Brasil queima dinheiro subsidiando combustíveis fósseis

BNP paribas

Um relatório do banco francês BNP Paribas revela que o Brasil está, literalmente, queimando dinheiro para manter os combustíveis fósseis artificialmente baratos: “Os subsídios do Brasil a combustíveis fósseis (particularmente, por meio de políticas regionais) exercem um impacto maior no orçamento nacional que os gastos do governo com a infraestrutura pública”, afirmam os analistas Luiz Eduardo Peixoto, Trevor Allen e Marcelo Carvalho, que assinam o relatório. E isto a despeito da principal meta do ministro da economia tem ser o equilíbrio fiscal.

O banco avaliou os gastos de 43 países emergentes com subsídios a combustíveis fósseis. O Brasil integra o pelotão do meio, cujos subsídios giram ao redor de 2% do PIB – a média das nações analisadas. Disparado na dianteira, está o Egito, com 10%, seguido pela Venezuela e Arábia Saudita, com taxas superiores a 8%.

O BNP Paribas comenta duas consequências desta prática. A primeira é o impacto sobre as finanças públicas. O banco estima que os subsídios representem 1,3% do déficit primário dos países emergentes, considerando-se a mediana da amostra (o valor que divide o grupo ao meio). A segunda: os problemas decorrentes da poluição causada por combustíveis fósseis geram “custos insidiosos” que equivalem a 9% do PIB nos países emergentes.

Contra o argumento segundo o qual a retirada dos subsídios prejudicaria os países emergentes, já que os combustíveis ficariam mais caros, o BNP Paribas defende maiores investimentos em energias renováveis. O banco acrescenta que os custos de geração de energia eólica e solar, por exemplo, caíram bastante nos últimos anos, devido à expansão do mercado.

 

ClimaInfo, 28 de janeiro de 2020.

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