Belo Monte, o elefante branco, pode ficar inviável

Belo Monte

Os R$ 40 bilhões gastos na construção da Usina de Belo Monte podem não retornar para seus investidores. Isso porque alguns estudos climáticos preveem que a bacia do Xingu sofrerá uma redução de 20% a 30% no volume de suas águas; outros calculam que a redução será ainda maior, chegando a 40% na água da bacia em 50 anos.

O projeto era polêmico antes mesmo de o governo Lula priorizar sua construção. Para não inundar uma área imensa e causar danos socioambientais muito sérios, abriu-se mão do reservatório de regulação. Sem o reservatório, a usina opera, basicamente, 6 meses por ano. Mas o projeto que foi implantado, com 18 turbinas capazes de gerar 11 GW, se apoia em uma quantidade anual de água que está se mostrando completamente ilusória. Com isso, gera-se ainda menos do que o projetado e a Norte Energia, dona da usina, terá muita dificuldade em entregar a energia que consta em contratos.

Se a usina não gerar o suficiente, a Norte terá que comprar energia no mercado spot para cumprir os contratos e bancar um prejuízo que só crescerá. Além dos bilhões gastos na usina, outros bilhões foram investidos nas linhas de transmissão que, elas também, não transmitirão a energia contratada, gerando prejuízos para a chinesa State Grid que a construiu e opera.

Estas e outras informações igualmente relevantes fazem parte da matéria que Tiffany Higgin escreveu para o Mongabay.

Para completar, vale dar uma busca nas matérias de Eliane Brum no El País para entender os impactos sociais e ambientais que a construção da usina causou.

 

ClimaInfo, 07 de fevereiro de 2020.

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