A produção de petróleo e gás contribui mais do que se avaliava para o aquecimento global

emissões de metano

As emissões de metano da indústria de combustíveis fósseis são de 25% a 40% mais elevadas do que se pensava anteriormente, diz a CNN, com base num estudo publicado na revista Nature e amplamente divulgado. A pesquisa mostra que as emissões naturais de metano fóssil são menores do que se pensava, o que implica emissões mais elevadas da extração de petróleo e gás.

Segundo os autores do estudo, os resultados levam à conclusão que uma maior proporção das emissões de metano pode ser tratada por meio de ações para o enfrentamento das mudanças climáticas. Mas, a CNN acrescenta: “A administração Trump se propõe a aliviar a regulamentação sobre o metano, não exigindo que a indústria monitore e pare com as emissões fugitivas”.

O estudo “reforça as suspeitas de que as empresas de combustíveis fósseis não estão contabilizando plenamente seu impacto sobre o clima, particularmente no que diz respeito ao metano”, diz o Guardian. O jornal inglês acrescenta: “Outros cientistas que não estiveram envolvidos na pesquisa concordam quanto a haver decorrências positivas nesta descoberta, mas apenas se os governos forem capazes de controlar as empresas de combustíveis fósseis, o que não tem sido o caso até agora”.

O New York Times diz que os resultados “acrescentam urgência aos esforços de controle das emissões de metano da indústria de combustíveis fósseis, que rotineiramente vazam ou liberam intencionalmente o gás na atmosfera”. O jornal norte-americano acrescenta que as concentrações atmosféricas do gás “mais que duplicaram desde a época pré-industrial” e lembra uma investigação que publicou no ano passado, que “revelou grandes quantidades de metano sendo liberado de poços de petróleo e outras instalações energéticas em vez de ser capturado”.

A National Geographic explica como as novas descobertas são baseadas em um núcleo de gelo perfurado na Groenlândia, contendo bolhas de ar presas antes do início da revolução industrial: “A principal descoberta é sobre o pouco metano de fontes geológicas que havia no gelo (…) naqueles dias pré-dependência de combustíveis fósseis.”

O Washington Post também relata o que chama de “novo estudo provocador”, mas aponta para “outros estudos” que sugerem que as infiltrações de metano fóssil que ocorrem naturalmente ainda podem ser maiores do que as novas estimativas. O jornal também cita um cientista que discorda da constatação de emissões naturais mais baixas levarem a maiores liberações relacionadas ao petróleo e gás.

O Carbon Brief buscou, também, a reação de vários cientistas não envolvidos no trabalho.

 

ClimaInfo, 21 de fevereiro de 2020.

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