ICAO – agência de aviação da ONU – tem restrições a créditos de carbono já criticados por ativistas climáticos

ICAO

Um relatório obtido pela Reuters diz que a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) da ONU pode vir a restringir o uso de créditos de carbono mais antigos sob o seu esquema de compensação de emissões da aviação internacional, o “Corsia”: “A medida, se aprovada, seria um golpe para os operadores de projetos mais antigos em países como Brasil e Índia, que esperavam um impulso global das companhias aéreas para compensar as emissões limparia o excesso de créditos de carbono concedidos sob iniciativas climáticas anteriores (…) O Conselho Técnico Consultivo (TAB) da ICAO está recomendando seis programas para a fase piloto da Corsia [incluindo o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) da ONU], mas excluiria projetos que foram emitidos antes de 2016 e somente reconheceria reduções de emissões até o final de 2020, de acordo com um documento acessado pela Reuters.

O destino de bilhões de créditos do MDL mais antigos, a maioria dos quais vem da China e Índia, foi um assunto espinhoso e não resolvido para os negociadores do clima na COP25, em Madri, levantando apostas para a ICAO. Na cúpula do clima do ano passado, o Brasil, a China e a Índia pressionaram para que a maioria ou todos os créditos MDL, alguns com mais de uma década, se qualificassem sob o programa de compensação do setor de aviação, disse uma fonte familiarizada com as conversações”.

Em tempo: a Engie, energética francesa, está oferecendo créditos de carbono do Protocolo de Quioto para compensar as emissões de empresas poluidoras. Em um artigo no Canal Energia, ela explica o que são e para que e para quem servem esses créditos de carbono. O que o artigo não explica é que parte dos créditos da Engie foi obtida com a grande hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira. Lá fora, os créditos de carbono de grandes hidrelétricas não encontram muitos compradores, ciosos de amarrar sua reputação aos grandes impactos que estas usinas causam.

 

ClimaInfo, 5 de março de 2020.

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