“Não resolveremos uma crise sem tratá-la como uma crise”

Greta Thunberg Covid-19

A jovem ativista Greta Thunberg recomendou em seu Twitter que se evite reuniões e aglomerações para se reduzir a propagação do Covid-19. Ela voltou a falar que é preciso a união de todos, apoiada pela melhor ciência, como no movimento climático e usou a hashtag #AchatarACurva da propagação do vírus. O The Hill e a Deutsche Welle repecutiram o tuíte de Greta.

António Guterres, secretário-geral da ONU, disse ontem, segundo o Business Green, que “não vamos combater a mudança climática com um vírus” e que é preciso derrotar as emergências climáticas e a do vírus. No final da tarde de ontem, o dashboard da OMS mostrava uma contagem de mais de 125.000 casos confirmados em 118 países, e o registro de 4.614 mortes.

Como comentado na nota anterior, o vírus chegou à classe política. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, se colocou em quarentena depois que os testes de sua esposa deram positivo. Um artigo no Valor diz que “o ministro da Cultura da França, um deputado espanhol e a vice-ministra da Saúde britânica testaram positivo para o Covid-19. O presidente do Parlamento Europeu está em autoquarentena, e diversas autoridades na Itália estão infectadas. No Irã, além da morte de um assessor de o presidente Ali Khamenei, muitos políticos e outras autoridades foram contaminados. Nos EUA, o chefe de gabinete de Donald Trump está de quarentena, assim como

congressistas republicanos. O presidente francês, Emmanuel Macron, fechou todas as escolas, dos berçários às universidades até 2ª ordem, dizendo que a França atravessa a maior crise de saúde desde a gripe espanhola no final da 1ª Grande Guerra. Anteontem, Trump anunciou a proibição da entrada de estrangeiros nos EUA que passaram ou vieram da Europa. Graças ao Brexit, o Reino Unido não faz parte da Europa e foi excluído da ordem.

O Valor conta que as bolsas caíram ainda mais depois do anúncio de Trump. Vinícius Torres Freire, na Folha, escreve sobre a importância dos governos enfrentarem a dupla crise aumentando investimentos para evitar a recessão. Ele diz que a situação exige um “esforço de guerra” e sugere dirigir estes investimentos para “hospitais e seus funcionários. É preciso sustentar quem cuida dos doentes e os profissionais e famílias que ficam sem trabalhar. Não fazer isso, para Freire, talvez leve o governo a viver “em um mundo de paz – a paz dos cemitérios”.

Como se para provar a preocupação de Freire, ontem o Valor trouxe uma declaração do presidente do BNDES, Gustavo Montezano, afirmando que “não pretende adotar, pelo menos por enquanto, nenhuma medida anticíclica como abrir novas linhas de crédito para empresas, reduzir juros dos empréstimos ou ampliar prazos de carência dos financiamento.”

Em tempo: o governo chinês anunciou ter superado o pior da crise e que, de 3ª para 4ª feira, foram confirmados apenas 15 novos casos.

 

ClimaInfo, 13 de março de 2020.

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