A guerra do preço do petróleo iniciada na semana passada segue derrubando as cotações. Ontem, os dois preços de referência, Brent e West Texas, oscilaram abaixo de US$ 30 pela primeira vez em 5 anos. Analistas apostam que os preços continuarão baixos testando até onde os produtores americanos de óleo e gás de xisto aguentam.
Uma análise rápida diz que preços baixos de petróleo incentivam o consumo e, portanto, nos afasta das metas de Paris. Mas isso acontece junto com o trauma do coronavírus a derrubar os PIBs e as demandas. Quarentenas reduzem o consumo direto e indireto de derivados de petróleo.
Marina Aizen, no Anfibia argentino, lembra que isso acontece quando os estoques de petróleo e gás no mundo estão em níveis recordes. Assim, o descompasso acaba desvalorizando as petroleiras. Aizen conta que “no final de 2019, a Chevron teve de reconhecer um passivo de 11 bilhões de dólares no Golfo do México. Por causa deste tipo de coisa, todas as companhias petrolíferas e as empresas que as servem valem muito menos, e os frackers também. Chevron e Exxon perderam 200 bilhões de dólares em valor de mercado só este ano, de acordo com o Wall Street Journal.”
O diretor executivo da Agência Internacional de Energia (IEA), Fatih Birol, contou ao Climate Change News que está “falando com vários governos e líderes de instituições financeiras internacionais porque todos eles estão ocupados montando programas de estímulo para a economia – os planos que eles vão montar serão extremamente importantes”, disse. “E esta é a razão pela qual estou dizendo que podemos aproveitar a situação atual para aumentar a nossa ambição de enfrentar as mudanças climáticas”.
ClimaInfo, 18 de março de 2020.
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