Um dos balizadores de uma recessão é um crescimento da economia mundial abaixo de 2%. Nariman Behravesh, da consultoria IHS Markit, prevê que a economia global crescerá 0,7% neste ano. O coronavírus bagunçou as cadeias de suprimento, reduziu o comércio internacional e praticamente congelou as viagens internacionais. Os EUA, a Europa e o Japão devem, em breve, entrar em recessão. O PIB norte-americano deve cair 0,2%, o da zona europeia deve cair 1,5%, a China deve crescer 3,9% (contra 6,6% no ano passado), a Índia deve crescer 5,1%, e o Brasil deve perder 1% de seu PIB.
Pelas características da crise, Behravesh prevê que o mergulho na recessão aconteça antes de outubro, enquanto a saída deva ser lenta e dolorosa. A queda no preço do barril de petróleo beneficia consumidores, mas prejudica produtores que movimentam muito capital. O resultado é negativo. Como também é negativa a perspectiva para o mundo em desenvolvimento. Primeiro porque seus poucos recursos terão que ser alocados para a mitigação da pandemia; depois, com o mundo rico em recessão, estes países terão mais dificuldade para vender suas commodities. Esta perspectiva aumenta a percepção de risco do mundo financeiro e reduz o acesso a recursos essenciais.
Vale dar uma olhada na apresentação de Behravesh, que pode ser baixada aqui.
ClimaInfo, 23 de março de 2020.
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