A tempestade perfeita atinge a distribuição de eletricidade

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A demanda por eletricidade no Brasil deve continuar caindo enquanto durar a quarentena, posto que o aumento do consumo residencial não compensa a queda registrada nas indústrias, lojas e escritórios. Aliás, o aumento de consumo nas residências, em tempos de crise, é acompanhado de um forte aumento nas inadimplências e nos furtos de energia. Assim, as distribuidoras estão vendo o caixa minguar.

Na outra ponta, os contratos de compra de energia com os geradores continuam valendo e eles não dependem de quanta energia é consumida. O sistema foi pensado para variações suaves de consumo, com um mercado spot funcionando para equilibrar as contas. Agora, todas as distribuidoras estão com excesso, e vendê-lo no spot, só com prejuízo. Assim, as distribuidoras estão se preparando para pedir à Aneel que decrete uma situação excepcional que lhes permita renegociar os contratos.

Vale ver um trabalho a respeito feito por pesquisadores da UFRJ publicado no Canal Energia. Letícia Fucuchima e Rodrigo Polito, do Valor, escreveram sobre a situação e entrevistaram especialistas no setor.

A queda de demanda é global e descrita em um artigo da The Conversation. O título sugestivo diz que, do ponto de vista da demanda elétrica, o coronavírus transformou dias úteis em finais de semana.

 

ClimaInfo, 3 de abril de 2020.

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