Uma das vítimas da guerra de preços do petróleo foi a “Dominância Energética” de Trump: a área de estatística do Departamento de Energia prevê que, em breve, os EUA voltarão a importar petróleo. Isso porque com o preço do barril rondando os US$ 20, a extração do óleo e do gás de folhelho é inviável.
Trump conseguiu que a Arábia Saudita e a Rússia se comprometessem a sentar hoje para combinar a redução da produção, o que pode levar o preço do barril de petróleo a subir novamente. Mas a demanda continua a cair na velocidade da epidemia e a projeção da Agência Internacional de Energia é que esta continuará baixa por vários meses.
No vizinho Canadá, o problema é o mesmo. A viabilidade dos campos betuminosos também está ameaçada pelos preços baixos e as empresas estão lutando para sobreviver. Um executivo do setor conversou com Derek Brower, do Financial Times. Dá para comparar com “um barco com um buraco enorme no fundo e estamos jogando fora todo o possível para nos mantermos à tona”, disse. “Se houver alguma coisa que possamos adiar ou fechar, o fazemos.”
Até a poderosa Exxon, que fez grandes apostas nos poços de fracking, se viu obrigada a anunciar um corte de 30% nos investimentos programados para este ano.
O Brasil foi convidado, junto com outros países produtores de petróleo, a participar na reunião chamada por Trump com os árabes e russos. Segundo o Valor, analistas querem ver qual posição o país tomará porque, embora a Petrobras siga sendo a maior produtora, um compromisso de corte teria que ser negociado com as muitas petroleiras que por aqui operam e obrigaria o país a renegociar contratos existentes.
ClimaInfo, 9 de abril de 2020.
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