A pandemia está mostrando a importância da renda básica

renda básica

Em 1942, William Beveridge produziu um relatório que moldou a era do pós-guerra, no qual afirmava que o grande desafio era matar cinco gigantes – doença, ociosidade, ignorância, miséria e carência. Em artigo no site do Fórum Econômico Mundial, Guy Standing, professor e pesquisador de estudos de desenvolvimento da Universidade de Londres, atualiza a lista: desigualdade, insegurança, dívida, estresse, precariedade, automação, extinção e populismo neofascista. O coronavírus entra como um 9º gigante, ou como o gatilho que leva um sistema global frágil a uma depressão potencial.

Guy alerta para o perigo da repetição da estratégia pós-2008, que envolvia austeridade fiscal com cortes nos gastos sociais públicos, o que intensificaria as desigualdades e fortaleceria outros gigantes, e propõe a entrada da renda básica na equação – não como mecanismo emergencial ou de exceção, mas como política permanente.

Na sua opinião, um bom design do projeto de renda básica pode fornecer a demanda por bens e serviços básicos dos quais a economia precisará, e pode dar às pessoas e suas comunidades a resiliência que todos precisam. Ele conclui: “Podemos até achar que, ao reduzir a desigualdade e a insegurança, isso também nos ajudará a enfrentar a ameaça existencial do aquecimento global e da deterioração ecológica. Essa é a promessa, se tivermos coragem.”

 

ClimaInfo, 16 de abril de 2020.

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