O vírus e a grilagem invadem Terras Indígenas

COVID indígenas

Os Povos Indígenas têm no coronavírus mais uma enorme razão para lutar contra a invasão de suas terras por posseiros, madeireiros e garimpeiros. O Fantástico deste final de semana fez uma matéria sobre a invasão de posseiros no sul do Pará. A matéria conversou com gente que pagou para ocupar terras por acreditar nas promessas de políticos da região. Gente que, além do pagamento, teve que transferir seus títulos de eleitor para os currais eleitorais indicados.

“Foi o que disseram para dona Claudina, quando ela comprou um lote na Terra Indígena Araweté, em São Félix do Xingu. ‘Que aqui era da união, que não era terra indígena, que tava tudo ok, que a gente tinha apoio do governo, que a gente podia entrar pra trabalhar que o governo estava nos apoiando’, conta Claudina de Souza, posseira.” Procurados, um senador, um vereador e o presidente Bolsonaro não responderam.

A reportagem trouxe um aviso de Bedjai Txucarramãe sobre a COVID: “Peço a todos os indígenas que fiquem nas suas aldeias. Fiquem nas suas terras! Temos de nos preparar para o pior.”

No domingo, 19 de abril, comemorou-se o Dia do Índio. Rubens Valente fez uma matéria no UOL a respeito da situação dos Povos Originários. Ele conversou com o subprocurador-geral da República Antonio Carlos Bigonha, mostrando-se preocupado com os retrocessos do atual governo: “O presidente da República disse que não vai demarcar nenhum milímetro de terra e quer transformar o índio num parceiro de ruralistas (…) Mesmo que seja uma ideologia de boa fé, ela traduz um vetor de genocídio indígena. Porque o integracionismo pressupõe um contato com a sociedade não indígena, o que conduz à morte dessas civilizações.”

Segundo o site de acompanhamento da epidemia entre os Povos Indígenas do ISA, a COVID-19 matou até ontem 3 indígenas e infectou outros 31.

 

ClimaInfo, 22 de abril de 2020.

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