Coreia discute recuperação verde apesar de lobbies contrários

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A Coreia do Sul é um dos países que melhor se protegeu do coronavírus, realizou uma eleição para as 300 cadeiras da Assembleia Nacional em abril e, agora, discute as saídas da crise.

Um grupo de consultores do Ministério do Comércio, Indústria e Energia, está propondo aumentar a participação da geração por fontes renováveis para chegar a 40% em 2034. Atualmente, segundo a Yonhap News, as térmicas a gás geram 32% da eletricidade do país, as a carvão, 27%, as nucleares, 19% e as renováveis, 6%.

No ano passado, o governo publicou um plano no qual as renováveis passariam a gerar 20% da eletricidade até 2030. O plano sofreu críticas fortes por parte daqueles que querem reduzir ainda mais a participação das fontes fósseis.

Segundo a Bloomberg, a vitória estrondosa do partido do primeiro ministro Moon Jae-in se deveu, em parte, à proposta de um Green New Deal coreano que levaria o país a zerar suas emissões líquidas até 2050.

Yoo Seung-hoon, da Universidade Nacional de Seoul e coordenador do grupo disse que o novo plano é voltado a “acelerar a transição para a geração de energia elétrica ambientalmente correta, como a redução drástica das usinas a carvão.”

No entanto, como relata Chloé Farand, no Climate Change News, o governo bancou um pacote de ajuda de US$ 2 bilhões para o maior construtor e fabricante de térmicas a carvão do país, a Doosan Heavy Industries & Construction. Ambientalistas disseram que o pacote não tem condicionantes ambientais nem metas de emissão. Teme-se que, com a geração coreana se afastando do carvão, a Doosan usará os recursos para vender e implantar suas térmicas em outros países.

 

ClimaInfo, 12 de maio de 2020.

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