Os números assustadores do desmatamento na Amazônia refletem a conduta leniente e irresponsável do governo Bolsonaro, especialmente de seu ministro do meio ambiente, quem foi nomeado apesar de ter sido condenado por improbidade administrativa relacionada a crime ambiental.
“Não será a irresponsabilidade criminosa durante a crise do coronavírus ou a tentativa de pôr o Estado a serviço de sua família o que entrará para a história como o maior crime cometido pelo governo de Jair Bolsonaro. Seu principal legado será a desenfreada destruição do meio ambiente brasileiro, desse tesouro único que o país ainda possui”, acusa gravemente Philipp Lichterbeck na Deutsche Welle.
Em um artigo repleto de críticas à atuação da dupla Bolsonaro-Salles, Lichterbeck aponta para o esvaziamento dos órgãos de proteção ambiental como parte de um projeto articulado para facilitar a vida de criminosos ambientais.
De fato, a situação na Amazônia, às voltas com uma crise humanitária causada pela pandemia que atinge praticamente toda a região, é muito preocupante. E pode piorar consideravelmente nos próximos meses, já que estamos entrando na temporada de seca, o que facilita a proliferação de queimadas. Ao mesmo tempo em que as ameaças se multiplicam, o governo reforça seu compromisso com o enfraquecimento da política ambiental e da capacidade de fiscalização, fiando-se apenas em operações militares marcadas por mais espetacularização que efetividade.
Em tempo: O Financial Times abordou as repercussões da mobilização internacional que uniu organizações ambientalistas, personalidades, empresas globais e investidores contra a votação do PL 2.633/20. Lembrando que, a despeito de ter sido retirado da pauta, o PL deve ser avaliado novamente na semana que vem e o governo federal, junto com a bancada ruralista, pressiona o relator do PL a mudar o texto para incluir os pontos mais problemáticos da antiga MP 910.
A próxima semana promete.
ClimaInfo, 22 de maio de 2020.
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