A bancada paulista na Câmara dos Deputados terá a partir de 2023 dois ex-ministros do meio ambiente em suas fileiras. Pela federação PSOL/REDE, a ex-presidenciável e ex-senadora Marina Silva foi eleita deputada federal com 237.526 votos.
Um dos nomes mais respeitados do Brasil no exterior, Marina foi importante para que o então governo Lula revertesse a explosão do desmatamento na Amazônia na segunda metade dos anos 2000, ao encabeçar a criação e implementação do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm). Graças às medidas aplicadas dentro desse plano, a taxa de desmatamento caiu mais de 80% em quase uma década, atingindo seu menor patamar histórico. Infelizmente, essa tendência se perdeu na década passada, chegando aos índices preocupantes dos últimos quatro anos. Marina retornará ao Congresso depois de 11 anos e deve ser uma das vozes mais proeminentes na defesa de temas ambientais em Brasília.
Já outro ex-ministro, que comandou a pasta de meio ambiente do governo Bolsonaro entre 2019 e 2021, também conseguiu uma vaga no Legislativo federal por SP. Filiado ao PL, partido do atual presidente, Ricardo Salles obteve mais de 640 mil votos, ficando em 4o lugar na relação de deputados eleitos com maior votação no estado. Infelizmente, no caso dele, dificilmente podemos esperar algum avanço na questão ambiental: afinal, depois de “passar a boiada” sobre a legislação ambiental, ele segue na mira de uma investigação federal que aponta seu envolvimento em um esquema de extração e venda ilegal de madeira amazônica. O Globo, Metrópoles e VEJA repercutiram essa informação.
ClimaInfo, 04 de outubro de 2022.
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