Pandemias podem se tornar mais recorrentes, diz cientista-chefe da OMS

OMS

A COVID-19 pode estar anunciando um período de pandemias mais frequentes, o que trará ainda mais desafios sanitários, políticos, econômicos e sociais para os países. Esse é o alerta de Soumya Swaminathan, cientista-chefe e diretora-executiva da Organização Mundial da Saúde (OMS), que reforça também o papel da mudança do clima na intensificação de pandemias no futuro.

“A convergência da carga climática e do desmatamento, com a densidade populacional e o movimento populacional está impulsionando uma nova onda de eventos de emergência”, disse Swaminathan em entrevista ao Estadão. “As mudanças climáticas e a urbanização provavelmente aumentarão a frequência e a intensidade dos surtos [epidêmicos]. Além disso, animais e humanos estão vivendo mais próximos uns dos outros”.

A diretora-executiva da OMS reforça também que a situação da pandemia atual no Brasil segue delicada, com impacto muito grande sobre comunidades periféricas e Povos Indígenas e Tradicionais, especialmente na Amazônia.

O Brasil está no radar da OMS nas últimas semanas por conta da explosão do número de casos e de óbitos pela COVID-19, que podem transformar o país no novo epicentro global da doença. Para a organização, a falta de testes em massa para a população e a dificuldade de rastrear os casos no Brasil dificultam qualquer medida alternativa ao distanciamento social generalizado como forma de diminuir o ritmo de contágio. Por isso, a recomendação da OMS ao país continua sendo a de implantar o lockdown, ainda que a pressão política e econômica contrária seja forte.

 

ClimaInfo, 26 de maio de 2020.

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