O INPE alerta: a associação entre o crescimento acelerado do desmatamento da Amazônia, de uma estação seca mais intensa e de um aumento da temperatura acima da média histórica no Oceano Atlântico previsto para os próximos meses pode causar uma temporada de queimadas muito intensa neste ano.
Se o cenário se confirmar, o impacto das queimadas sobre a saúde pública na região amazônica pode ser alto demais para uma rede de atendimento que já está saturada por conta da pandemia de COVID-19. De acordo com a nota técnica do INPE, caso o pico de contágio do novo coronavírus na Amazônia não aconteça imediatamente, “certamente haverá sobreposição das queimadas com a pandemia”.
“Quanto mais tempo demorarmos para controlar a epidemia, mais provável que uma grande quantidade de pessoas afetadas por COVID estejam também expostas à fumaça das queimadas”, disse Luiz Aragão, um dos pesquisadores do INPE responsáveis pela nota, a O Globo. “Isso pode aumentar o número de doenças por COVID, junto com um elevado número de doenças respiratórias por queimadas”.
Aragão pensa que a GLO – a Operação Verde Brasil 2 – pode ajudar a conter o crescimento das queimadas, mas as condições climáticas podem contribuir para que o fogo se espalhe mais rapidamente na Amazônia. Por isso, a nota do INPE dá destaque à necessidade de uma política mais integrada de combate ao desmatamento e às queimadas, que deve ser acompanhada no curto prazo por ações para controle da pandemia na região.
ClimaInfo, 4 de junho de 2020.
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