COVID-19 não será suficiente para acelerar a transição energética

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A queda espetacular na demanda por energia em todo o mundo poderia ser o gatilho para acelerar a transição da matriz energética global, de uma altamente emissora para outra mais limpa e sustentável. Mas um novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA) diz que a pandemia ajuda, porém está longe de ser suficiente para garantir a transição.

Tomando como base sua modelagem para 2040, o trabalho analisa o progresso das fontes de energia e do consumo dos diferentes setores da economia. A geração solar fotovoltaica e as térmicas a biocombustíveis são as duas únicas fontes que crescem acima do que a modelagem estima ser necessário. As outras renováveis precisam de um empurrão para crescer. E a desfossilização da geração precisa ser acelerada. A IEA também destaca que a geração nuclear ficou devendo, o que pode ser um bom sinal. Todas as indústrias também precisam se esforçar mais para descarbonizar sua produção, e as expectativas em relação às tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS) deixam muito a desejar.

Em tempo 1: Outro trabalho, feito em parceria entre a Bloomberg, a UNEP e a Frankfurt School, chega a conclusões semelhantes. O trabalho apurou planos de aumento de mais de 800 GW da capacidade de geração renovável (sem contar as hidrelétricas) até 2030, a um custo de cerca US$ 1 trilhão. Isso não seria suficiente sequer para garantir a meta de 2oC. O que parece modesto perto dos US$ 2,7 trilhões investidos entre 2010 e 2019. O Canal Energia e a Reuters comentaram o trabalho.

Em tempo 2: Apesar da pandemia, a geração solar nos EUA aumentará em ⅓ neste ano. Segundo a Reuters, serão instaladas mais 18 GW de capacidade, apesar da queda na demanda por conta da COVID.

 

ClimaInfo, 15 de junho de 2020.

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