Crise abre oportunidade para fim dos subsídios aos combustíveis fósseis

17 de junho de 2020

Um dos efeitos econômicos da pandemia foi a queda brutal na arrecadação, resultado do desaquecimento das economias nacionais. Para compensar a perda fiscal, e aproveitar a queda nos preços da eletricidade e dos combustíveis fósseis, muitos governos estão recorrendo a uma solução muito bem-vinda: o corte de subsídios oficiais para os setores de energia.

Uma matéria do The New York Times mostra que mesmo os países produtores de petróleo, como Venezuela e Emirados Árabes Unidos, buscam reduzir a perda na arrecadação com o fim de subsídios aos combustíveis fósseis, ou até mesmo com a imposição de novos impostos sobre estes combustíveis. Em termos climáticos, essas medidas são tidas como fundamentais para viabilizar a transição das economias para uma base energética mais eficiente e limpa.

Mas no caso de países mais pobres e emergentes, essa solução parece ser pontual e com prazo de validade. Em economias com serviços sociais frágeis e sistemas tributários defasados e complexos, os subsídios acabam sendo uma saída fácil para que parcelas importantes de suas sociedades tenham acesso à eletricidade e aos combustíveis fósseis. Por isso, teme-se que esses governos voltem a aplicar subsídios quando os preços nos mercados de energia voltarem a subir.

Para o setor fóssil como um todo, a queda nos subsídios é apenas mais um fator em um cenário cada vez mais desafiador para as empresas. Como o jornal Financial Times afirma em seu editorial, a indústria fóssil enfrenta “um futuro cada vez mais incerto à medida em que a mudança do clima ganha destaque na consciência pública”. A queda brutal na demanda por combustíveis causada pela pandemia tem servido como ponto de partida para que muitas empresas do setor pensem em um futuro distante das fontes fósseis e mais próximo da energia limpa. A recuperação pós-pandemia promete ser lenta e atribulada para as petrolíferas, que estão sendo forçadas a rever investimentos, recalcular expectativas de ganho de longo prazo e acelerar planos de transição para o baixo carbono, conforme assinala Megan Darby no Climate Home.

 

ClimaInfo, 17 de junho de 2020.

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