De que maneira a indústria do gás poderia aproveitar uma rede social como o Instagram? Essa foi a pergunta feita por algumas empresas do setor, que conseguiram achar uma solução: contratar diversas personalidades digitais para fazer posts destacando as virtudes e qualidades dos fogões a gás.
A revista Mother Jones reuniu alguns exemplos curiosos de influencers que aproveitam dicas e receitas de comida para promover o setor, com direitos a hashtags como #cookingwithgas. O problema, como a reportagem bem lembra, é que os fogões a gás expõem dezenas de milhões de pessoas, apenas nos EUA, a níveis de poluição tão altos que superam limites aceitáveis mesmo em ambientes abertos.
A solução de marketing não é nova para o setor. Desde os anos 1930, grupos como a American Gas Association (AGA) aproveitam personalidades e artistas para defender seu produto em detrimento do uso de eletricidade. A diferença agora é que, com os influencers, essa indústria tenta casar o gás natural com mensagens sobre saúde e bem-estar, típicas de redes como o Instagram.
Enquanto a indústria tenta popularizar o gás de cozinha, o setor como um todo sofre com os efeitos da pandemia. De acordo com a Agência Internacional de Energia, o consumo global de gás natural deve ter a maior queda da história em 2020, resultado dos efeitos da pandemia, combinados com um inverno mais quente no hemisfério norte no começo deste ano. Estima-se que o consumo caia 4%, ou 150 bilhões de metros cúbicos de gás neste ano, uma queda duas vezes maior que a enfrentada durante a crise financeira de 2008-9.
ClimaInfo, 19 de junho de 2020.
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