A pandemia do plástico

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Até antes da pandemia, diversos países estavam avançando em medidas para reduzir ou eliminar o consumo de plásticos de uso único, como copos, canudos e sacolas de supermercado. A pandemia deu um novo impulso ao emprego de plásticos por conta da demanda extraordinária por luvas e máscaras de proteção individual, bem como de embalagens plásticas para álcool em gel.

Em meio à incerteza sobre como a pandemia se desenvolverá e quais serão seus impactos sobre os costumes das pessoas, teme-se que as políticas que vinham sendo implementadas para se reduzir o consumo de plástico sejam descartadas (desculpem o trocadilho) por governos, empresas e consumidores preocupados com o contágio. As empresas do setor já estão trabalhando em mensagens em defesa do plástico de uso único para associá-lo ao combate à pandemia e à proteção da saúde humana.

O efeito colateral é óbvio: um planeta que já vivia uma verdadeira “pandemia” de plástico descartável, acumulado depois de décadas de consumo, pode a partir de agora ter ainda mais deste material contaminando o solo e os oceanos. Pior, com o risco de contágio pela COVID-19, a reciclagem do plástico também pode ficar comprometida, especialmente com materiais usados em máscaras e luvas.

 

ClimaInfo, 25 de junho de 2020.

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