Terras Indígenas são as áreas de proteção mais ameaçadas pelo desmatamento da Amazônia, alerta Imazon

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Os alertas de desmatamento da Amazônia registrados nos últimos 11 meses – de agosto de 2019 a junho de 2020 – já superam o total dos 12 meses anteriores, de acordo com dados do sistema DETER-INPE. No Estadão, Giovana Girardi informa que o DETER registrou alertas de derrubada de floresta de 6.870 km2 entre 1º de agosto do ano passado e 11 de junho deste ano. A estimativa é maior que a registrada entre 1º de agosto de 2018 e 31 de julho de 2019, que foi de 6.844 km2.

E o desmatamento vem pressionando cada vez mais as Terras Indígenas (TI). De acordo com um levantamento feito pelo Imazon, das dez áreas protegidas que mais sofreram pressão por destruição florestal, cinco são TIs – Yanomami (RR/AM), Alto Rio Negro (AM), Raposa Serra do Sol (RR), Uaçá I e II (AP), e Kayapó (PA). O ranking da devastação em áreas de proteção é completado pelas APAs do Tapajós (PA), Para Mapinguari (AM/RO), Triunfo do Xingu (PA), do Tapajós (PA) e a Florex Rio Preto-Jacundá (RO).

A persistência da devastação ambiental forçou o vice-presidente Hamilton Mourão, que coordena os esforços do governo no combate ao desmatamento, a reconhecer a gravidade da situação. Em entrevista à CNN Brasil, Mourão admitiu que “essa questão do desmatamento ilegal é algo que extrapolou realmente, nós temos que reconhecer”. O vice-presidente coloca o aumento do desmatamento na conta da crise econômica e fiscal vivida pelo país nos últimos anos, que enfraqueceu a capacidade de fiscalização dos órgãos ambientais. Ele também afirmou que o trabalho contra o desmatamento deveria ter sido iniciado antes, em uma crítica discreta ao ministro do meio ambiente.

No entanto, o vice não ofereceu explicações sobre a “contabilidade criativa” do balanço inicial da Operação Verde Brasil 2, que tem incluído como produto das ações militares os resultados de operações feitas por outros órgãos sem relação com a GLO. No Estadão, André Borges informou que o governo federal incluiu neste balanço o resultado de uma megaoperação realizada pelo Ibama no Pará em abril passado, realizada por fiscais que foram demitidos pelo órgão pouco tempo depois.

 

ClimaInfo, 24 de junho de 2020.

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