Hidrogênio, o “queridinho da vez” da indústria energética

29 de junho de 2020

Na busca por um combustível que seja capaz de substituir as fontes fósseis de energia, o hidrogênio é dos candidatos mais fortes. O gás é visto pelo setor energético como um combustível que pode ajudar na descarbonização da geração elétrica, do transporte e da construção civil.

Para a indústria de energia, angustiada com as perspectivas do petróleo e do gás nas próximas décadas, o hidrogênio tem sido foco de interesse e de investimentos do setor, com o objetivo de torná-lo viável para substituir os combustíveis fósseis.

Gigantes do petróleo, como Shell, Equinor e BP aplicaram dezenas de milhões de dólares nos últimos anos em projetos-piloto. No entanto, com a pandemia e a corrosão dos preços das fontes fósseis no mercado internacional, os investidores estão pressionando as empresas a redobrar esforços em pesquisa e desenvolvimento do hidrogênio como fonte de energia.

De acordo com reportagem da Bloomberg, os pacotes de incentivo econômico na Europa devem servir como pontapé inicial para novas tecnologias à base de hidrogênio.

No entanto, obstáculos práticos antigos seguem dificultando um avanço rápido da tecnologia. O método de produção de hidrogênio sem liberação de dióxido de carbono – que gera o chamado “hidrogênio verde”, feito a partir da água salina em processo elétrico – continua sendo mais caro, chegando a cerca de US$ 7,50 por quilo, mais alto que o hidrogênio feito a partir da conversão de gás natural, que custa em média US$ 2,40 por quilo. Em suma, dar escala para o combustível será o principal desafio, já que a tecnologia segue sendo cara.

Em tempo: A Comissão Europeia deve publicar na próxima semana sua estratégia para hidrogênio, que servirá como base para a regulação da UE para produção do combustível e seu uso em setores intensivos em emissões de carbono, como a indústria química e os transportes. De acordo com a Reuters, mais de 30 grupos industriais e empresas de energia firmaram carta à Comissão pedindo que adote uma “abordagem tecnológica neutra”, sem priorizar o hidrogênio renovável em detrimento de outros tipos de hidrogênio. Para alguns europarlamentares, existe o risco de que os recursos do fundo de incentivo da UE acabem financiando infraestrutura que amarre a Europa à geração de hidrogênio mais “sujo”. Já para as empresas, o hidrogênio “verde” seria uma alternativa econômica inviável para o setor.

 

ClimaInfo, 30 de junho de 2020.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

x (x)

Continue lendo

Assine Nossa Newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar