Macron rejeita acordos comerciais com países que desrespeitam o Acordo de Paris

30 de junho de 2020

O presidente da França, Emmanuel Macron, fez coro às críticas de centenas de organizações da sociedade civil contra o avanço da ratificação pela União Europeia de seu acordo comercial com o Mercosul.

Um dia após sofrer uma dura derrota nas eleições municipais francesas e assistir ao avanço do Partido Verde em diversas regiões o país, Macron defendeu ontem (29/6) a tipificação do crime de “ecocídio” dentro do direito internacional e disse que nenhum acordo comercial com países que não respeitam o Acordo de Paris será ratificado pelo governo francês – um ataque direto ao Brasil, que vem sendo alvo de críticas frequentes nos últimos meses por causa do crescimento contínuo do desmatamento na Amazônia.

A preocupação com os efeitos econômicos e comerciais da má-fama brasileira no exterior continua crescendo. Em editorial publicado ontem (29/6), O Globo destaca que a questão ambiental precisa ser colocada no centro do debate político brasileiro a partir de agosto, quando governo e Congresso Nacional pretendem retomar a agenda de reformas e discutir meios para financiar uma renda mínima aos brasileiros. “Ampliam-se boicotes a produtos brasileiros no exterior, crescem vetos a negociações de acordos de livre comércio e as dúvidas sobre investimentos. (…) Os três Poderes precisam unir esforços, com urgência, para ações protetivas e de repressão à criminalidade no campo. Caso contrário, o país corre o risco de ter um ambiente de negócios contaminado por incertezas que nem a melhor agenda para o equilíbrio fiscal será capaz de mitigar”.

Em tempo: Em artigo publicado na Folha junto com a professora Patrícia Perrone Campos Mello, o ministro do STF Luís Roberto Barroso destacou a importância de se buscar um novo modelo econômico e social para a Amazônia, que ofereça caminhos para que o desenvolvimento sustentável seja viabilizado, com segurança humana e apoio à cidadania. “A maior proteção contra a destruição da floresta é que haja maior racionalidade econômica em preservá-la do que em destruí-la, quer porque a sua preservação gera renda para a população, quer porque gera resultados econômicos substanciais de que o país não pode prescindir”, escrevem eles.

 

ClimaInfo, 30 de junho de 2020.

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