A Pan-Amazônia, região que inclui os nove países da bacia, perdeu 724 mil km2 de cobertura florestal e vegetal (cerca de 10% da área florestada) entre 1985 e 2018, conforme mostra um novo levantamento do MapBiomas divulgado ontem (2/7). A área destruída de floresta equivale à soma das áreas de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, ou o equivalente a todo o território do Chile.
O Brasil, que concentra a maior parte da floresta (61,8%), também foi o que mais perdeu cobertura florestal no período – cerca de 624 mil km2. Bolívia (36 mil km2) e Peru (16 mil km2) também registraram grande perda florestal. Na outra ponta, Suriname e Guiana não registraram perda florestal no período, casos únicos na região.
Do total de floresta amazônica perdida pelo Brasil no período, 50 mil km2 estavam em Territórios Indígenas e Unidades de Conservação. Ainda assim, a proporção de floresta perdida nessas áreas (1%) é muito menor que a observada em regiões sem proteção oficial (20%). Daniela Chiaretti no Valor também aborda os principais pontos do levantamento.
Em tempo 1: Dados preliminares sobre o número de focos de incêndio no período, associados à alta no desmatamento, indicam que a região amazônica deve sofrer fortemente com as queimadas neste ano, em volume igual ou superior ao do ano passado. Como explica Suely Araújo, do Observatório do Clima, “o fogo é a sequência do desmatamento no processo de conversão das florestas em pastagens ou outros usos. Com o aumento do desmatamento, as árvores derrubadas se transformam em combustível (…) Somando um ano seco com desmatamento em alta e tanta matéria derrubada que ainda não queimou, a temporada do fogo de 2020 pode ser pior que a do ano passado”.
Em tempo 2: O Vaticano anunciou nesta semana a criação da Conferência Episcopal da Amazônia, que será presidida pelo cardeal Cláudio Hummes. O objetivo da Conferência é servir como instrumento de viabilização das propostas apresentadas durante o Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, realizado no ano passado, que versam sobre a atuação da Igreja Católica na região, sua missão evangelizadora e o apoio à proteção da floresta e de seus povos.
ClimaInfo, 3 de julho de 2020.
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