Para Bolsonaro, problema ambiental se resume a “opiniões distorcidas”

3 de julho de 2020

Bolsonaro finalmente se manifestou sobre as críticas de investidores internacionais à política ambiental brasileira, e não fugiu àquilo que se esperava dele. Ao invés de reconhecer a gravidade da situação na Amazônia, Bolsonaro minimizou-a e atribuiu a má fama que o Brasil vem adquirindo a “opiniões distorcidas” contra o país.

“Nosso governo dará prosseguimento ao diálogo, com diferentes interlocutores, para desfazer opiniões distorcidas sobre o Brasil e expor as ações que temos tomado em favor da proteção da Floresta Amazônica e do bem-estar das populações indígenas”, disse Bolsonaro durante a Cúpula de ontem (2/7) de chefes de governo do Mercosul.

Bolsonaro reforçou com seus colegas do Mercosul a importância de um entendimento final sobre o acordo comercial com a União Europeia que vem enfrentando problemas políticos nos dois continentes desde então. Na Europa, a França tem sido um dos principais obstáculos ao acordo, com Macron rejeitando a possibilidade de assinar acordos com países que desrespeitam o Acordo de Paris.

Na paralela, o Valor informa que empresários franceses e brasileiros estão pressionando seus respectivos governos a diminuir as tensões entre os dois países em favor do acordo comercial Mercosul-UE. Diplomatas dos dois países participarão de videoconferência na próxima 3ª feira (7/7). O governo brasileiro também prepara uma carta às instituições financeiras que criticaram a administração Bolsonaro no mês passado.

A fala de Bolsonaro foi destacada por diversos veículos no Brasil, entre eles Folha, Estadão, O Globo, G1 e UOL.

Em tempo: A empresa norueguesa Grieg Seafood, uma das maiores produtoras mundiais de salmão, vetou qualquer fornecimento da Cargill por conta das conexões da trader  com o desmatamento ilegal no Cerrado e na Amazônia. Segundo matéria de Fabiano Maisonnave na Folha, a decisão está vinculada à captação recente de R$ 558 milhões feita pela empresa em títulos verdes, que forçam a companhia a excluir fornecedores que representem risco ambiental. “Por sermos uma empresa com soja brasileira em nossa cadeia de valor, estamos profundamente preocupados com os atuais desenvolvimentos no Brasil”, disse a gerente de comunicação global da Grieg, Kristina Furnes. “O desmatamento precisa parar porque estamos em uma crise climática e porque precisamos proteger a biodiversidade”. O prof. Marcos Pedlowski também destaca esse tema em seu blog.

 

ClimaInfo, 3 de julho de 2020.

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