Agora é lei: Alemanha abandonará o carvão até 2038

Alemanha carvão

A Câmara Baixa do Parlamento alemão (Bundestag) aprovou na última 6ª feira (3/7) uma lei que obriga o abandono do carvão como combustível para geração de energia na Alemanha até 2038. O pacote legislativo aprovado inclui também mais de 50 bilhões de euros para compensar operadores de mineração e usinas termelétricas, regiões afetadas e empregados, com o objetivo de diminuir o impacto do fim das operações carvoeiras no país. No final de 2019, os alemães já tinham se comprometido com a desativação de todas as usinas nucleares do país, o que deve acontecer até 2022.

Para o governo alemão, o abandono do carvão será um instrumento importante para viabilizar a meta de redução das emissões de carbono do país em 55% até 2030 com relação aos níveis de 1990. No entanto, a lei foi recebida com insatisfação por grupos ambientalistas, que criticaram as compensações financeiras às operadoras de energia, que agora receberão dinheiro por algo que a própria dinâmica de mercado já as obrigaria, fechar suas usinas. O prazo alongado para o fim do carvão, até 2038, também foi alvo de críticas.

Em tempo 1: O Japão também anunciou medidas para diminuir o uso de carvão. De acordo com o governo, cerca de 100 usinas termelétricas a carvão ineficientes devem ser fechadas para viabilizar suas metas de redução de emissões dentro do Acordo de Paris. No entanto, como destacou a Bloomberg, o caminho para o abandono definitivo do carvão pelos japoneses ainda parece longo: cerca de ¼ da geração elétrica do país ainda depende da queima do combustível fóssil.

Em tempo 2: A Indonésia, maior exportadora de carvão do mundo em volume comercializado, decidiu cortar sua produção doméstica em 50 milhões de toneladas neste ano por conta dos baixos preços do combustível no mercado internacional. O preço-referência indonésio para o carvão chegou a US$ 52,98 por tonelada em junho, o menor em quatro anos. A queda na demanda por carvão, causada pelos efeitos econômicos da pandemia, deve manter os níveis de preço do combustível mais baixos.

 

ClimaInfo, 6 de julho de 2020.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

x (x)