Mineração prejudica regeneração natural da Floresta Amazônica

6 de julho de 2020

Um novo estudo aponta que a mineração de ouro em áreas da Amazônia pode limitar a recuperação de floresta, reduzindo significativamente sua capacidade de absorção de carbono. Ou seja, os impactos da atividade vão muito além do desmatamento e podem persistir por muito tempo, exigindo esforços adicionais para recuperação das áreas pós-mineração.

A mineração de ouro aumentou rapidamente na Amazônia nos últimos anos, especialmente no Planalto das Guianas, onde é responsável por até 90% do desmatamento total. Esse trecho da floresta abrange áreas da Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Venezuela, Colômbia e Brasil.

De acordo com pesquisadores da Universidade de Leeds (Reino Unido), as taxas de recuperação da floresta em poços de mineração abandonados e tanques de rejeito estão entre as mais baixas já registradas para florestas tropicais. Em alguns locais, quase não houve regeneração, mesmo depois de três ou quatro anos após o fim da mineração. Os pesquisadores estimam que o desmatamento relacionado à mineração resulta na perda anual de mais de 2 milhões de toneladas de carbono florestal em toda a Amazônia, e a falta de recuperação florestal observada após a mineração sugere que este carbono perdido não pode ser recuperado somente por regeneração natural.

“Nossos resultados mostram claramente que o processo de extração mineral retira o nitrogênio do solo, um componente crítico para a recuperação da floresta e, em muitos casos, contribuiu diretamente para a presença de mercúrio nas florestas e nos rios vizinhos”, explica Michelle Kalamandeen, autora principal do estudo.

 

ClimaInfo, 7 de julho de 2020.

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