Montadoras querem adiar novas regras para motores diesel

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A ANFAVEA confirmou que está negociando com o governo federal o adiamento da próxima fase da legislação brasileira de controle de emissões (PROCONVE) e das metas regulatórias de eficiência energética e de segurança do programa Rota 2030.

De acordo com o portal Automotive Business, a associação das montadoras trabalha para que a 8º fase do PROCONVE, que tornaria obrigatória a adoção da tecnologias Euro 6 para caminhões e ônibus em 2022/23, seja adiada em virtude dos efeitos econômicos da pandemia de COVID-19 no setor automobilístico. “A pandemia atrasou todo o trabalho de desenvolvimento que vinha sendo feito pelos times de engenharia nos laboratórios e em testes de campo. Por isso, o cronograma já foi afetado”, afirmou Luiz Carlos Moraes, presidente da ANFAVEA. “Também é necessário lembrar que esses programas representam investimentos altíssimos, que não podem mais ser feitos com a queda do faturamento das empresas e a impossibilidade neste momento de ajuda financeira das matrizes”.

No começo deste mês, a Coalizão Respirar, que reúne mais de 20 organizações da sociedade civil, reivindicou a manutenção dos prazos originais e pediu que qualquer medida econômica voltada para o setor automobilístico seja atrelada a melhorias ambientais.

Nessa mesma linha, vale a pena ler a coluna de Marli Olmos no Valor, que destaca o esse esforço das montadoras para adiar os prazos e as metas de emissão de poluentes, em movimento contrário àquilo que vem sendo observado neste mesmo setor na Europa.

Em tempo: A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor e Trabalhador (ABRADECONT) reuniu quase 2 mil proprietários da caminhonete Amarok para participar da ação civil pública que o órgão move contra a Volkswagen, no contexto do escândalo do Dieselgate. Em 2015, autoridades nos EUA descobriram que a montadora alemã tinha instalado um dispositivo que manipulava os resultados de emissões de poluentes em situações de teste, o que permitia a aprovação para diversos modelos que, na prática, emitiam bem além do permitido. No ano passado, a Volkswagen foi obrigada a pagar cerca de R$ 17 mil em danos morais para os proprietários do modelo.

 

ClimaInfo, 20 de julho de 2020.

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