A geração eólica offshore demorou um pouco para chegar aqui, mas está recuperando o tempo perdido. Depois de começar o licenciamento de uma planta híbrida (parte em terra, parte em mar) de 600 MW no litoral do Ceará, a epbr noticiou que a BI Energia fará um projeto ainda maior – de 1.200 MW totalmente no mar – também no Ceará. Segundo o Atlas Eólico e Solar do Ceará, o potencial eólico em águas rasas chega a quase 120 GW. Para se ter uma noção do que isso representa, a capacidade de todas as usinas existentes no Brasil – hidrelétricas, térmicas, nucleares e as renováveis – é de pouco mais de 170 GW.
Artigo da Bloomberg diz que descarbonizar a matriz elétrica é um passo-chave para transformar o restante da economia. Leah Stokes, da Universidade da Califórnia, diz que considera isto como “a primeira peça, fundamental. À medida que o sistema elétrico se limpa, ele desbloqueia outros setores mais facilmente.”
No quesito da descarbonização, estamos para dar um enorme passo atrás. Ontem, a Câmara aprovou o regime de urgência para a tramitação da Lei do Gás. O combustível está sendo propagandeado como imprescindível para a compensação dos períodos sem sol e sem vento. Só que, para que os empreendimentos possam gerar lucros para seus acionistas, as novas térmicas a gás terão que funcionar o tempo todo, mesmo quando estiver ventando muito em um dia fortemente ensolarado. E terão que continuar ligadas por pelo menos 30 anos. E durante todo esse tempo contribuirão para o aumento da temperatura do planeta.
ClimaInfo, 30 de julho de 2020.
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