Agronegócio defende que Brasil atenda a exigências ambientais de importadores

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Esconder-se atrás de desculpas de cunho nacionalista não faz sentido para o agronegócio brasileiro. A hora é de ação, em consonância com as exigências dos principais mercados estrangeiros que consomem commodities do Brasil. Esse foi o recado de representantes do setor durante o Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado virtualmente ontem (3/8).

Para o presidente da Cargill, Paulo Sousa, não adianta o brasileiro ficar “bravo”, argumentando que europeus e americanos já desmataram suas áreas no passado. “Isso é conversa que não vai levar a nada, o fato é que hoje o Brasil tem o papel de suprir a cadeia global de alimentos, tem que fazer isso com critérios modernos, com critérios que aquele consumidor queira e aprove”, disse Sousa, citado pela Reuters.

A postura do governo federal, especialmente na comunicação com os mercados consumidores de produtos brasileiros no exterior, é outro motivo de críticas do setor. “O nosso governo tem sido muito menos competente do que a iniciativa privada na comunicação do nosso Brasil lá fora, principalmente do Brasil agro”, disse Márcio Lopes de Freitas, presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), destacado pela Folha. “O governo tem atrapalhado muito mais do que ajudado e precisa rever esse conceito”.

Em tempo:  Vale conhecer o exemplo do pecuarista Mauro Lúcio Costa, que mostra que é possível criar gado na Amazônia sem ser um vetor de desmatamento e destruição florestal. Destacado pelo G1, Costa é reconhecido por organizações ambientalistas por sua atuação na produção pecuária sustentável no município de Paragominas, no Pará. “Eu acho que as pessoas falam que o desmatamento é necessário para criar empregos, girar a economia, mas é uma conversa mentirosa, usa-se isso para encobrir o crime”, disse Costa. “A forma de melhorar a renda, gerar emprego e ter mais faturamento é aumentando a produtividade, investindo em tecnologia. E isso exige conhecimento e capacitar seus funcionários, não é fácil”. A propriedade de Costa, de 4,3 mil hectares, produz em 20% da área, como manda o Código Florestal, e possui uma produtividade 10 vezes maior que a média nacional de gado por hectare.

 

ClimaInfo, 4 de agosto de 2020.

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