BHP se compromete a vender minas de carvão em dois anos 

BHP

Depois de meses de especulação e pressão de investidores, a mineradora anglo-australiana BHP deve encolher seus negócios com o carvão térmico, por meio da venda de ativos ao longo dos próximos dois anos. O carvão térmico é usado para gerar eletricidade em usinas de energia, enquanto o coque, ou carvão “metalúrgico”, é usado na produção de aço.

O Financial Times comentou que o anúncio pode acalmar investidores e acionistas mais preocupados com questões ambientais. De toda forma, a empresa ainda é lenta no processo, o que pode resultar em perdas financeiras. Isso porque os ativos de carvão térmico que a BHP possui na Austrália renderão menos por conta de seus preços baixos. Fora que a produção de coque, que concentra 81% do lucro da companhia até junho deste ano, seguirá sendo um ponto problemático aos seus negócios em termos climáticos.

Na semana passada, a BHP já tinha anunciado que passará a monitorar o trabalho das associações setoriais das quais faz parte para garantir que estas correspondam à sua posição climática, que seria alinhada ao objetivo do Acordo de Paris de manutenção do aquecimento global em menos de 2oC.

O The Guardian também reportou o anúncio da BHP.

Em tempo 1: A Inglaterra fechou uma de suas últimas minas de carvão ainda em operação. A mina, localizada em Bradley, encerrou suas atividades na 2ª feira (17/8). Com o fechamento, resta apenas uma única mina operacional no país, em Derbyshire. O The Guardian e The Independent repercutiram a notícia.

Em tempo 2: A lentidão da China em reduzir o financiamento de projetos de carvão no exterior contrasta com decisões recentes de Japão e Coreia do Sul. O South China Morning Post destacou como japoneses e sul-coreanos não conseguiram mais conter a pressão de ambientalistas e investidores para diminuir o apoio a iniciativas energéticas a base de combustíveis fósseis fora de seus países, especialmente carvão. Ao mesmo tempo, os chineses estão com dificuldades para avançar com a “limpeza” de seus investimentos energéticos externos.

 

ClimaInfo, 19 de agosto de 2020.

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