Ártico: gelo no Mar de Bering atingiu os níveis mais baixos em mais de 5 mil anos, aponta estudo

Mar de Bering

Um estudo da Universidade do Alasca-Fairbanks publicado nesta semana na Science Advances estimou um dado preocupante: a cobertura de gelo do Mar de Bering, entre o Oceano Pacífico e o Ártico, atingiu nos invernos de 2018 e 2019 os níveis mais baixos em cerca de 5,5 mil anos.

A partir de imagens de satélite, os pesquisadores analisaram a evolução da porção do mar congelada ao longo dos últimos 40 anos. Para chegar a dados mais antigos, eles estudaram também a turfa, que contém compostos orgânicos de plantas que datam milênios, na remota ilha de São Mateus, no Alasca. Ao examinar as diferentes formas de moléculas de oxigênio presas no sedimento, os cientistas puderam estimar as condições atmosféricas e oceânicas que teriam afetado as chuvas e o gelo marinho ao longo de 5,5 mil anos.

O encolhimento da cobertura de gelo afeta não apenas o nível do mar, mas também prejudica os ecossistemas locais, afetando a vida selvagem ártica. A Reuters destacou as principais conclusões do estudo.

Em tempo: Os incêndios monstruosos no Ártico liberaram de janeiro a agosto de 2020 o total de 244 megatoneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, um volume inédito cerca de 1/3 maior que o emitido no ano passado. Separadas, essas emissões equivalem a de países inteiros, como a Malásia e o Egito. De acordo com o serviço europeu Copernicus, esta é a temporada mais intensa desde o começo das medições, em 2003. BBC, Daily Mail e The Independent repercutiram esse dado.

 

ClimaInfo, 4 de setembro 2020.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

x (x)